Resenha | Por isso a gente acabou - Daniel Handler (Sem Spoilers)
AUTOR: Daniel Handler
TÍTULO
ORIGINAL: Why we broke
up
EDITORA: Companhia das Letras
NOTA: (5/5)
NOTA: (5/5)
ISBN: 9788500331091
ANO: 2012
PÁGINAS: 368
ANO: 2012
PÁGINAS: 368
SINOPSE: Por
isso a gente acabou trata, com a comicidade típica do autor, de uma situação
difícil pela qual todos um dia irão passar: o fim de uma relação amorosa e toda
a angústia, tristeza e incerteza que essa vivência pode gerar. Min Green e Ed
Slarteron estudam na mesma escola e, depois de apenas algumas semanas de
convívio intenso e apaixonado, acabam o namoro.
Depois
de sofrer muito, Min resolve, como marco da ruptura definitiva, entregar ao
garoto uma caixa repleta de objetos significativos para o casal junto com uma
carta falando sobre cada um desses objetos e do episódio que ele representou,
sempre acrescentando, ao final, uma nova razão para o rompimento.
Essa
carta é o texto de Por isso a gente acabou, que é, assim, carregado de um tom
informal e tragicômico - características da personagem - e traduz com um misto
de simplicidade e profundidade a história de uma separação. Imerso neste
universo adolescente, o leitor conhecerá a divertida personalidade de Min, uma
garota apaixonada por filmes cujo sonho é ser diretora de cinema, e as idas e
vindas deste romance, desde o dia em que os dois conversaram pela primeira vez
até o instante em que tudo acabou.
A
artista Maira Kalman, autora de diversas capas da revista The New Yorker,
ilustrou cada um dos objetos da narrativa, trazendo cor e descontração a esta
história dolorida.
MINHA OPINIÃO
“You either have the feeling or you don’t”
Daniel
Handler é o nome real do escritor da série infantil “desventuras em série” para
a qual ele utilizou o pseudônimo Lemony Snicket. Nunca tive a oportunidade de
ler a série, mas sempre ouvi falar coisas boas sobre ela e também amei o filme.
O
seu livro “Por isso a gente acabou” apresenta uma carta da protagonista Min
Green para o seu ex-namorado Ed Slaterton com os motivos pelo quais eles
acabaram. Minerva é uma garota diferente das outras e que os outros consideram
“das artes”, embora ela odeie ser chamada assim. Ela, então, junta todas as
coisas do Ed que ainda estavam com ela e junto com a caixa deixa uma carta:
“Estou contando
porque a gente acabou, Ed. Estou escrevendo, nesta carta, toda a verdade sobre
o que aconteceu. E a verdade é que, porra, eu te amei demais” (Pág 5)
Na
leitura você se vê tão imerso nos pensamentos da Min que você esquece que isso
é uma carta escrita por ela apenas com os motivos pelos quais ela acha que
acabou e que não mostra a visão do Ed em nada que é mostrado. Ela é a dona da
verdade na história.
Eu
sei que o que ele fez foi horrível e eu provavelmente teria ficado tão magoada
quanto ela, mas a gente esquece quando está lendo uma história em primeira
pessoa, que as histórias tem mais de um lado. Tenho certeza que o Ed também
tinha os motivos dele para fazer o que fez. Ele parecia um cara bem
problemático para mim. Não estou dizendo isso porque ele é meu personagem
preferido nem nada, porque ele não é. Acho que a Min deveria ter ficado com o
Al desde que comecei a ler o livro.
Isso
acontece na vida real também e isso o que me deixou apaixonada pelo livro. Ele
traz uma personagem que fez um bocado de burradas ela mesma. Que está tão
cegamente apaixonada que releva cada coisa ruim que o namorado faz, só porque é ele quem
está fazendo. Até que acontece algo que é sério demais para aguentar e acabam
terminando.
Fiquei
imaginando como ela poderia ter escrito uma carta tão grande no caminho para
deixar a caixa na casa do Ed, esse era um dos grandes problemas que estava
vendo enquanto lia, mas depois fica estabelecido que ela deu uma parada no meio
do caminho para que pudesse terminar.
O
jeito como a escrita flui é maravilhosa e toda a diagramação do livro é
incrível. Realmente adorei as ilustrações e não senti falta alguma da separação
por capítulos no livro. O trabalho que a companhia das letras fez com o livro
foi extraordinário.
Por
isso a gente acabou está
super recomendado.