Uma espiada em The Trials of Apollo : Trecho do livro The Hidden Oracle é liberado!
Como já falei anteriormente em outro post a capa do primeiro livro da série The Trials of Apollo (As Provações de Apollo) foi revelada, mas essa não foi a única surpresa que os fãs tiveram hoje. Também foi liberado ao publico um trecho do Capítulo 3 do livro, no qual o narrador Apolo (como Lester, um garoto mortal de 16 anos) e sua companheira de viagem Meg, uma semideusa, estão em Manhattan a procura de Percy Jackson, para que ele os ajude a encontrar o Acampamento Meio-Sangue.
Resolvi
então traduzir pra vocês e o resultado é o que vocês veem a seguir.
Nós viramos a leste na Rua 82.
No momento em que chegamos a Second Avenue, o bairro começou
a parecer familiar – fileiras de apartamentos baixos, lojas de ferragens em
condições precárias, lojas de conveniência e restaurantes indianos. Eu sabia
que Percy Jackson vivia por aqui em algum lugar, mas as minhas viagens através
do céu na carruagem de sol tinha me dado algo como uma orientação Google Earth.
Eu não estava acostumado a viajar no nível da rua.
Além
disso, nesta forma mortal, minha memória impecável tinha se tornado. . .
danificada. Medos e necessidades de mortal nublavam meus pensamentos. Eu queria
comer. Eu queria usar o banheiro. Meu corpo doía. Minhas roupas fediam. Senti
como se meu cérebro tivesse sido recheado com algodão molhado. Honestamente,
como vocês os seres humanos suportam isso?
Depois
de mais alguns blocos, uma mistura de granizo e chuva começou a cair. Meg
tentou pegar a chuva em sua língua, o que eu pensei ser uma maneira muito
ineficiente para obter um copo de água suja. Eu tremia e me concentrava em
pensamentos felizes: as Bahamas, as Nove Musas em perfeita harmonia, as várias
punições horríveis para dar a Cade e Mikey, quando me tornasse um deus
novamente.
Eu
ainda me perguntava sobre o chefe deles, e como ele tinha sabido onde eu iria
cair na terra. Nenhum mortal poderia ter tido esse conhecimento. Na verdade,
quanto mais eu pensava sobre isso, eu não via como até mesmo um deus (com
exceção de mim) poderia prever o futuro com tanta precisão. Afinal, eu tinha
sido o deus da profecia, mestre do Oráculo de Delfos, distribuidor de
espiadinhas no Destino da mais alta qualidade por milênios.
É claro,
eu não tinha poucos inimigos. Uma das consequências naturais de ser tão
incrível é que eu atraio a inveja de todos os lados. Mas eu só conseguia pensar
em um adversário que pudesse ser capaz de prever o futuro. E se ele viesse me procurar no meu estado
enfraquecido...
Eu
desliguei esse pensamento. Eu já tinha preocupações o bastante. Não tinha
porque me assustar tanto com os “e se”.
Nós
começamos a procurar ruas laterais, checando nomes nas caixas de correio dos
apartamentos. O Upper East Side tinha um número surpreendente de Jacksons. Eu
achei isso irritante.
Depois
de várias tentativas falhadas, nós viramos uma esquina e lá – estacionado
embaixo de um ameno
resedá – estava um modelo antigo de um Prius azul. Sua capota
trazia as marcas inconfundíveis de cascos de Pégaso (Como eu podia ter certeza?
Eu conheço marcas de cascos. Além disso, cavalos normais não galopam por cima
de Toyotas. Pégaso costuma galopar.)
“Aha”
eu disse a Meg “Nós estamos chegando perto.”
Metade
de um quarteirão para baixo, eu reconheci o edifício: uma casa de tijolo de
cinco andares com caixas de ar condicionado enferrujados inclinadas para longe
das janelas. "Voilà!" Eu gritei.
Nos
degraus da frente, Meg parou como se tivesse batido em uma barreira invisível.
Ela olhou de volta para a Segunda Avenida, seus olhos escuros turbulentos.
“O que
há de errado?” Eu perguntei.
“Pensei
ter visto eles novamente”
“Eles?”
Eu segui seu olhar, mas não vi nada fora do normal “Os bandidos do beco?”
“Não. Um
par de...” Ela balançou os dedos “Manchas brilhantes. Os vi antes em Park
Avenue”
Minha
pulsação aumentou de um ritmo andante a um animado allegreto1. “Manchas
brilhantes? Por que você não disse nada?”
Ela
bateu com os dedos nos óculos “Eu vi um monte de coisa esquisita. Já lhe disse
isso. Na maior parte das vezes as coisas não me incomodam, mas...”
“Mas se
eles estão nos seguindo” Eu disse “Isso seria ruim”
Eu varri
a rua com os olhos novamente. Eu não vi nada de errado, mas eu não duvidei que
Meg tinha visto manchas brilhantes. Muitos espíritos poderiam aparecer dessa
forma. Meu próprio pai, Zeus, uma vez tomou a forma de uma mancha brilhante
para cortejar uma mulher mortal. (Por que a mulher mortal o achou atraente, eu
não tenho ideia).
“Nós deveríamos
entrar” Eu disse “Percy Jackson vai nos ajudar”
Ainda
assim Meg resistiu. Ela não tinha mostrado nenhum medo enquanto atirava lixo em
assaltantes em um beco sem saída, mas agora ela parecia estar tendo dúvidas
sobre tocar uma campainha. Ocorreu-me que ela poderia ter conhecido semideuses
antes. Talvez esses encontros não tivessem dado muito certo.
“Meg”
eu disse “Eu entendo que alguns semideuses não são bons. Eu poderia lhe contar
histórias sobre todos os que eu tive que matar ou transformar em ervas –”
“Ervas?”
“Porém
Percy Jackson sempre foi confiável. Você não tem nada do que ter medo. Além
disso, ele gosta de mim. Ensinei a ele tudo que sabe.”
Ela
franziu as sobrancelhas “Você ensinou?”
Eu
achei a inocência dela encantadora. Havia tantas coisas obvias que ela não
sabia. “É claro. Agora, vamos subir.”
Eu
apertei a campainha. Alguns minutos depois a voz distorcida de uma mulher
respondeu, “Sim?”
“Olá”
eu disse “Aqui é Apolo”
Estática.
“O Deus Apolo” eu disse, pensando que
talvez eu devesse ser mais especifico “Percy está em casa?”
Mais
estática, seguida de duas vozes em uma conversa baixa. A porta da frente
apitou. Eu a abri. Pouco antes de entrar, tive um vislumbre de movimento pelo
canto do olho. Olhei para além da calçada, mas novamente não vi nada.
Talvez
tenha sido um reflexo. Ou um redemoinho de granizo. O talvez tenha sido a
mancha brilhante. Meu couro cabeludo formigava com apreensão.
“O que
foi?” Perguntou Meg.
“Provavelmente
nada” eu forcei um tom alegre. Não queria Meg fugindo quando estávamos tão
perto de ficar em segurança. Nós estamos ligados agora. Eu teria que segui-la
se ela me ordenasse, e eu não queria viver em um beco com ela para sempre.
“Vamos subir. Não podemos deixar nossos anfitriões esperando.”
Depois
de tudo que eu tinha feito por Percy Jackson eu esperava seu deleite com minha
chegada. Uma recepção chorosa, algumas oferendas queimadas, e um pequeno
festival em minha honra não teria sido impróprio.
Ao
invés disso o jovem abriu a porta do apartamento e disse “Por quê?”
Como de
costume, fiquei impressionado com a semelhança com seu pai, Poseidon. Ele tinha
os mesmos olhos verde-mar, o mesmo cabelo escuro desgrenhado e as mesmas belas
feições que poderiam mudar de bom humor para raiva tão facilmente.
Contudo,
Percy Jackson não usava calções de praia e camisetas de praia, trajes de
escolha de seu pai. Ele estava vestindo uma calça jeans esfarrapada e um capuz
azul com as palavras Time de Nado AHS costuradas na frente.
Meg deu um passo pra traz no corredor,
escondendo-se atrás de mim.
Eu
tentei sorrir “Percy Jackson, derramo minhas bênçãos em você! Eu estou
precisando de ajuda.”
Os
olhos de Percy voaram para Meg. “Quem é sua amiga?”
“Essa é
Meg McCaffrey” eu disse “uma semideusa que deve ser levada ao Acampamento
Meio-Sangue. Ela me resgatou de bandidos de rua”.
“Resgatou...”
Percy observou meu rosto machucado “Você quer dizer que esse visual de
“adolescente machucado” não é apenas um disfarce? Cara, o que aconteceu com
você?”
“Eu
mencionei os bandidos de rua”
“Mas,
você é um deus.”
“Bem,
sobre isso... Eu era um deus.”
Percy
piscou. “Era?”
“Além
disso,” eu disse “Eu tenho quase certeza que estamos sendo perseguidos por
espíritos malignos.”
Se eu
não soube o quanto Percy Jackson me adorava, eu teria jurado que ele estava
prestes a dar um soco no meu nariz já quebrado.
Ele
suspirou “Talvez vocês dois devessem entrar”
1. Andante
e Allegreto são ambos termos musicais, o que faz total sentido, já que Apolo é,
dentre outras coisas, Deus da Música
Fonte: USA
Today
3 comentários
Write comentáriosA estreia do livro que é 3 de maio vai ter a versão português?
ReplyO lançamento nos EUA é 3 de maio, mas a Instrínseca, editora responsável pelas séries do Rick Riordan, só divulgou que o lançamento da versão em português seria ainda no primeiro semestre desse ano.
ReplyImagino que eles vão fazer um lançamento simultâneo com os EUA, mas isso não foi confirmado.
tenho medo que isso aconteça, eu vou ler ele em ingles, de qualquer maneira, se não sair em portugues, mas se sair depois, eu leio os dois
Reply