[Review] Sherlock 3x03 - "His Last Vow"
Sinopse: Algumas cartas roubadas levam Sherlock
Holmes a um conflito com Charles Augustus Magnussen, o Napoleão da Chantagem, e
a única pessoa que ele realmente odeia.
(Aperte “Continue lendo” para a
review com spoilers)
Enfim, o último episódio da temporada. Ainda bem
que a quarta já foi confirmada ou eu estaria subindo pelas paredes nesse
momento.
Sherlock sumiu do casamento e
não manteve contado com John, assim como a Sra Hudson disse que aconteceria.
Quando sua visinha Kate está preocupada com o filho Isaac, que é usuário de
drogas. John vê nisso a oportunidade de conseguir um pouco de ação em sua vida
e vai atrás do garoto em um lugar quase abandonado, onde ele acaba encontrando
Isaac...E o Sherlock.
O primeiro instinto, embora o
detetive negue veemente, é de acreditar que ele está de volta ao seu vicio e
teve uma recaída, mas na verdade ele está em um caso. Entrando um pouco no
campo da especulação, tenho minhas suspeitas que uma parte do motivo por trás
da aceitação do caso foi a desculpa para usar as drogas e mentir para si mesmo
do motivo.
Sua missão é captura Charles
Augustus Magnussen que possui material de chantagem em basicamente todo mundo
da Inglaterra, inclusive o próprio Sherlock. Ele sabe exatamente que pontos da
vida da pessoa poderiam fazê-la se render a sua vontade.
Charles é claro deduziu que uma
das chaves para controlar Sherlock Holmes é John Watson, e para controlar John
é Mary, que por um acaso é alguém cuja ficha é bem suja.
Em “His Last Vow” nós temos um
episódio sólido e que embora assistido sozinho possa fazer sentido, ganha
profundidade e nuances quando se tem os outros dois ainda na memória. Exemplo
disso é quando Sherlock conhece Mary em The Empty Hearse e uma de suas deduções
é que ela é uma mentirosa. Ele deixa isso de lado, não sei ao certo por quê. Talvez
ele tenha simpatizado com ela e não se permitiu analisá-la mais profundamente,
afinal, não seria ele também um mentiroso? Não seria ele humano o bastante para
cometer um erro?
É bem irônico no final que ela
tenha assumido outra identidade. Imaginava que a Mary fosse morrer, seguindo a
linha do Canon do livro de Sir Arthur Conan Doyle, mas a série dá uma nova roupagem
ao acontecido. Mary Morstan morreu, ou tecnicamente nunca esteve viva, ela foi
um natimorto. Se A.G.R.A vai morrer também, isso sim é outra história.
Outro exemplo é o próprio nome
do episódio: His Last Vow (Sua última promessa), que faz uma referencia ao
discurso de Sherlock em The Sign of Three:
“Minha primeira e última promessa: Mary e John, o que for preciso, aconteça o que acontecer, eu sempre vou estar lá ... para vocês três "
Absolutamente tudo que o
Sherlock faz nesse episódio é para assegurar que os dois estejam seguros e bem.
Ao mesmo tempo que ele sabe que o passado de Mary é algo que ele não pode
esconder de John, também sabe que ela vai acabar perdoando a esposa.
No momento final, quando ele
puxa o gatilho e mata Charles, ele sabe que basicamente condenou a si mesmo.
Ainda assim, ele mantém a promessa. Ele manteve Mary a salvo.
Os personagens trouxeram uma
profundidade maior em His Last Vow e John nesse episódio foi bem fascinante, em
minha opinião. Na primeira cena dele, ele está tendo um pesadelo sobre a
guerra, assim como em Study in Pink, o primeiro episódio da série. Como Mycroft
precisamente colocou na época, John não é assombrado pela guerra, ele sente
falta dela. Depois de tão pouco tempo sem Sherlock e sem a ação que o
proporciona, John já se vê assombrado e a única coisa que o faz se sentir
melhor é invadir um local cheios de drogados para resgatar o Isaac.
Não é a toa mesmo que de todas
as mulheres, ele tenha escolhido uma ex assassina da CIA como esposa e um
detetive sociopata como melhor amigo.
Por falar em assassinos e sociopatas,
Jim Moriaty está de volta. Duas mortes falsas parecem demais para mim, mas
vamos esperar para ver se é ele mesmo.
A quarta temporada promete,
espero que não tenha que esperar até 2016 para assisti-la.
O Vento Leste está Chegando!
Laura Lins
Notas de Rodapé
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“Porque tem vários drogados lá dentro e um deles
pode precisar de ajuda com o pneu” John Watson. Eu ainda estou rindo com essa.
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Os pontos de pressão de Sherlock eram cinco
repetidos várias vezes: John Watson, Jim Moriaty, Irene Adler, Os Cães de
Baskerville e Barba Vermelha.
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“Eu não
entendo” “Você devia por isso em uma camiseta” (...) “Eu ainda não entendo” “E
aí está a parte de trás da camiseta”
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Mycroft e Sherlock, respectivamente o homem mais
poderoso da Inglaterra e o maior detetive, ficando totalmente sem graça e
colocando a culpa um no outro quando a mãe vê eles fumando.
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Bill Wiggins na obra original é um menino de rua
de Londres.
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Mycroft menciona um terceiro irmão, mas nada é
esclarecido a respeito.
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A versão de Sherlock como criança é interpretado
pelo filho de Steven Moffat e os pais de Sherlock pelos pais verdadeiros de Benedict
Cumberbatch.