[Crítica - Filme] Divergente - Shailene Woodley, Theo James, Ansel Elgort, Kate Winslet
Sinopse: Baseado no romance homônimo de Veronica Roth. Na
futurística Chicago, quando a adolescente Beatrice (Shailene Woodley) completa
16 anos ela tem que escolher entre as diferentes facções que a cidade está
dividida. Elas são cinco, e cada uma representa um valor diferente, como
honestidade, generosidade, coragem e outros. Beatrice surpreende a todos e até
a si mesma quando decide para qual delas quer entrar, escolhendo uma diferente
da família, e tendo que abandonar o lar. Ao entrar para a Dauntless, ela
torna-se Tris e vai enfrentar uma jornada para afastar seus medos e descobrir
quem é de verdade. Além disso, Tris conhece Four, um rapaz mais experiente na
facção que ela, e que consegue intrigá-la e encantá-la ao mesmo tempo.
Dirigido por: Neil Burger
Aviso: A crítica a
seguir pode conter spoilers tanto do filme quanto do primeiro livro da série
Divergente. Sou uma pessoa que presta muito atenção nos detalhes e não sei
outro jeito de fazer uma crítica que não seja assim.
Quando nós lemos um livro e depois
vamos vê-lo passar na telona sempre fica difícil se convencer de que são mídias
diferentes e que nem sempre aquilo que lemos pode ser traduzido de uma forma
tão fiel. Alguns filmes conseguem se manter fieis o bastante ao seus livros de
referência como é o caso da Saga Harry Potter ou Jogos Vorazes, enquanto outros
se distanciam tanto dos materiais nos quais foram inspirados que mal
conseguimos vê-lo como fazendo parte da mesma coisa (Percy Jackson, Intrumentos
Mortais, etc).
Divergente se encontra em um lugar
privilegiado, tendo sido capaz de manter aquilo que era importante e fazer com
que as poucas coisas que foram mudadas se transformassem em versões melhoradas
daquilo que acontecia nos livros. Ainda assim, peca várias vezes com detalhes
que poderiam facilmente ter sido manejados de uma maneira diferente.
O filme começa com a introdução ao
telespectador de como se encontra o mundo. Pouco se diz sobre os eventos que
acarretaram a divisão de Chicago em facções, o que sempre me incomodou mesmo
nos livros, porém, para um bom ouvinte não fica tão difícil entender a situação
em que as pessoas se encontram.
Chicago está dividida em cinco facções
nascidas em oposição as características que culpavam ser a causa da desordem do
mundo. Os que culpavam a agressividade
formaram a Amizade, que vivem em harmonia e cuidam das plantações. Os que
culpavam a ignorância se tornaram a Erudição, os cientistas. Os que culpavam a
duplicidade fundaram a Franqueza, os advogados e juízes. Os que culpavam a
covardia se juntaram à Audácia, os policiais. E por último àqueles que culpavam
o egoísmo geraram a Abnegação, os governantes.
Os
pontos positivos não ficam só por aí: a tecnologia no filme é mais utilizada. Ao
invés de escrever nomes em um quadro negro ou usar balas de paintball, eles
utilizam um quadro digital e balas que simulam uma dor real. A cinematografia
foi muito boa e eles fizeram um ótimo trabalho na construção da cidade, e da
dicotomia entre as ruínas que estavam por todo o lado e as instalações super tecnológicas
da Erudição.
O
grande problema do filme foi o elenco que eles escolheram. Não porque eles não
são bons atores, mas por causa da semelhança entre os atores masculinos
secundários. Peter, Al e Will eram praticamente a mesma pessoa de modo que até
mesmo eu que havia lido e sabia a “diferença” entre eles acaba me passando
quando eles estavam em uma multidão.
Também
não houve desenvolvimento o suficiente de nenhum deles. Nós não vimos o Al
perdendo de propósito para ajudar os outros, o que mais tarde vai ser um ponto
decisivo na situação dele, já que ele ficou no final da lista por ser “bonzinho
demais”, ou vimos a relação do Will e a Cristina. Quando o Will morreu no filme
não foi nenhum pouco impressionante ou sentimental porque aquela altura do campeonato
eu não tinha visto o bastante dele para me importar.
A
situação com o Peter foi ainda pior. Ele parece um bully típico de Ensino Médio que a gente vê nos filmes
adolescentes, não a pessoa horrível que ele realmente é. Ele estava mais para
um Draco Malfoy do que um Voldemort Você-sabe-quem,
isso graças a duas coisas principais: a falta do Edward e consequentemente da
agressão aos olhos dele, e a mascara dele não ter sido tirada na cena em que
eles tentam matar a Tris. Não custava nada ter feito a mascara dele cair
também, e iria criar um senso maior de maldade para ele.
Como adaptação Divergente ganha um sólido 4 e sua nota como
filme é a mesma. Resta saber se a sequencia será tão boa como o primeiro filme
ou se está franquia também será atacada pela síndrome da sequencia que poucas
escapam.
1 comentários:
Write comentáriosOi Laura!
ReplyVc traduziu exatamente o que eu penso sobre esse filme! Apesar de ter ficado satisfeita com o resultado final, também acho que Al, Will e Peter foram pouco explorados,e senti muita falta da cena do Edward... Assim como vc, tb daria um 4!
http://maisumapaginalivros.blogspot.com.br/
Mais Uma Página