[Crítica - Filme] Divergente - Shailene Woodley, Theo James, Ansel Elgort, Kate Winslet

17:34:00 1 Comments A+ a-


Sinopse: Baseado no romance homônimo de Veronica Roth. Na futurística Chicago, quando a adolescente Beatrice (Shailene Woodley) completa 16 anos ela tem que escolher entre as diferentes facções que a cidade está dividida. Elas são cinco, e cada uma representa um valor diferente, como honestidade, generosidade, coragem e outros. Beatrice surpreende a todos e até a si mesma quando decide para qual delas quer entrar, escolhendo uma diferente da família, e tendo que abandonar o lar. Ao entrar para a Dauntless, ela torna-se Tris e vai enfrentar uma jornada para afastar seus medos e descobrir quem é de verdade. Além disso, Tris conhece Four, um rapaz mais experiente na facção que ela, e que consegue intrigá-la e encantá-la ao mesmo tempo.

Dirigido por: Neil Burger

Aviso: A crítica a seguir pode conter spoilers tanto do filme quanto do primeiro livro da série Divergente. Sou uma pessoa que presta muito atenção nos detalhes e não sei outro jeito de fazer uma crítica que não seja assim.


Quando nós lemos um livro e depois vamos vê-lo passar na telona sempre fica difícil se convencer de que são mídias diferentes e que nem sempre aquilo que lemos pode ser traduzido de uma forma tão fiel. Alguns filmes conseguem se manter fieis o bastante ao seus livros de referência como é o caso da Saga Harry Potter ou Jogos Vorazes, enquanto outros se distanciam tanto dos materiais nos quais foram inspirados que mal conseguimos vê-lo como fazendo parte da mesma coisa (Percy Jackson, Intrumentos Mortais, etc).
Divergente se encontra em um lugar privilegiado, tendo sido capaz de manter aquilo que era importante e fazer com que as poucas coisas que foram mudadas se transformassem em versões melhoradas daquilo que acontecia nos livros. Ainda assim, peca várias vezes com detalhes que poderiam facilmente ter sido manejados de uma maneira diferente.
O filme começa com a introdução ao telespectador de como se encontra o mundo. Pouco se diz sobre os eventos que acarretaram a divisão de Chicago em facções, o que sempre me incomodou mesmo nos livros, porém, para um bom ouvinte não fica tão difícil entender a situação em que as pessoas se encontram.
Chicago está dividida em cinco facções nascidas em oposição as características que culpavam ser a causa da desordem do mundo. Os que culpavam a agressividade formaram a Amizade, que vivem em harmonia e cuidam das plantações. Os que culpavam a ignorância se tornaram a Erudição, os cientistas. Os que culpavam a duplicidade fundaram a Franqueza, os advogados e juízes. Os que culpavam a covardia se juntaram à Audácia, os policiais. E por último àqueles que culpavam o egoísmo geraram a Abnegação, os governantes.

 O filme ganha pontos ao fazer um trabalho melhor em estabelecer a fascinação da Beatrice pelos integrantes da audácia, ao invés de só mostra-la na Cerimonia de escolha. Nós vemos a Tris correndo e a reação dela ao vê-los descendo do trem.
Os pontos positivos não ficam só por aí: a tecnologia no filme é mais utilizada. Ao invés de escrever nomes em um quadro negro ou usar balas de paintball, eles utilizam um quadro digital e balas que simulam uma dor real. A cinematografia foi muito boa e eles fizeram um ótimo trabalho na construção da cidade, e da dicotomia entre as ruínas que estavam por todo o lado e as instalações super tecnológicas da Erudição.
O grande problema do filme foi o elenco que eles escolheram. Não porque eles não são bons atores, mas por causa da semelhança entre os atores masculinos secundários. Peter, Al e Will eram praticamente a mesma pessoa de modo que até mesmo eu que havia lido e sabia a “diferença” entre eles acaba me passando quando eles estavam em uma multidão.
Também não houve desenvolvimento o suficiente de nenhum deles. Nós não vimos o Al perdendo de propósito para ajudar os outros, o que mais tarde vai ser um ponto decisivo na situação dele, já que ele ficou no final da lista por ser “bonzinho demais”, ou vimos a relação do Will e a Cristina. Quando o Will morreu no filme não foi nenhum pouco impressionante ou sentimental porque aquela altura do campeonato eu não tinha visto o bastante dele para me importar.
A situação com o Peter foi ainda pior. Ele parece um bully típico de Ensino Médio que a gente vê nos filmes adolescentes, não a pessoa horrível que ele realmente é. Ele estava mais para um Draco Malfoy do que um Voldemort Você-sabe-quem, isso graças a duas coisas principais: a falta do Edward e consequentemente da agressão aos olhos dele, e a mascara dele não ter sido tirada na cena em que eles tentam matar a Tris. Não custava nada ter feito a mascara dele cair também, e iria criar um senso maior de maldade para ele.
 Fora isso, o romance continuou do jeito que deveria ser: Devagar e se construindo aos pouquinhos sem o instalove que adaptações cinematográficas costumam usar o tempo todo, e as cenas de ação foram muito bem executadas não deixando o filme estagnar em momento algum.
         Como adaptação Divergente ganha um sólido 4 e sua nota como filme é a mesma. Resta saber se a sequencia será tão boa como o primeiro filme ou se está franquia também será atacada pela síndrome da sequencia que poucas escapam. 



1 comentários:

Write comentários
4 de julho de 2015 às 12:40 delete

Oi Laura!
Vc traduziu exatamente o que eu penso sobre esse filme! Apesar de ter ficado satisfeita com o resultado final, também acho que Al, Will e Peter foram pouco explorados,e senti muita falta da cena do Edward... Assim como vc, tb daria um 4!

http://maisumapaginalivros.blogspot.com.br/
Mais Uma Página

Reply
avatar