[Crítica] Web-série: Carmilla - Primeira Temporada
Por volta de 26 anos antes de Bram Stoker
criar o seu famoso romance Drácula, o escritor irlandês Joseph Sheridan Le Fanu
escreveu Carmilla, uma nova de ficção gótica que contava a história da jovem
Laura que está sendo perseguida por uma vampira chamada Carmilla.
Cerca de 144 depois do
lançamento da novela, Jordan Hall traz uma releitura da história nos tempos
modernos. A nova adaptação segue a fórmula criada por Hank Green e Bernie Su em
The Lizzie Bennet Diaries e que provou ser um sucesso entre a crítica e os
telespectadores.
Alguns elementos são
mudados e novos personagens são introduzidos, mas o modo como Jordan consegue
traduzir a personalidade das protagonistas para os tempos atuais é incrível.
A história segue Laura
Hollis, uma garota de 19 anos caloura do curso de jornalismo na Sillas
University cuja colega de quarto, Betty, desapareceu depois de uma festa
deixando para trás todos os seus pertences. Todos insistem que Betty foi embora
por conta própria, até mesmo a Reitora da universidade, mas Laura se recusa a
acreditar nisso.
É com a chegada de
Carmilla, a sua nova colega de quarto que parece não ter limites nem boas
maneiras, que novas pistas vão aparecendo e ela descobre que não só houveram
outros desaparecimentos, como todos eles parecem estar ligados de alguma forma
a Carmilla.
Como em Night Vale o espectador
não tem acesso visual a nada que acontece além do que Laura pode ver ou ouvir
(com exceção da participação dos pontos de vista dos outros personagens) por
isso nós não tratamos da verdade dos fatos e sim de pontos de vista. Enquanto
Laura está determinada a encontrar todos os segredos da Universidade e
conseguir desvendar seus mistérios, outra personagem da série, Perry acha que
não há nada acontecendo fora dos limites do perfeitamente normal. Além disso,
até mesmo Laura trata como normal coisas que não são, como por exemplo, experimentos
do departamento de alquimia ou o fato de que a escola tem na linha direta da
administração não só uma opção para pessoas desaparecidas, como também uma para
ataque de postergeist.
Os personagens são ricos e
causam empatia, além de trazer a quebra de algumas barreiras ao tratar sexualidade
normalmente dentro da narrativa. Nos primeiros episódios já ficamos sabendo que
Laura tem uma queda por outra garota, Danny, mas em nenhum momento isso é
tratado como uma grande revelação. Acontece a mesma coisa quando descobrimos
que Carmilla já teve uma namorada antes.
A web-série também trás uma
personagem que é genderqueer, LaFontaine,
o que na minha opinião é um grande passo para a inclusão na mídia mainstream que é o Youtube todos os
tipos de representação.
Carmilla foi renovada para
um segunda temporada que vai ao ar às terças e quintas no Canal VergeTv no
Youtube. Dê uma chance a série e assista pelo menos até o episódio 6 pois é
nele que a história engata de verdade e a partir daí são grandes emoções.
Ps: Aqueles que não sabem inglês, não se preocupem. embora o trailer não tenha legenda em português os episódios tem.
4 comentários
Write comentáriosObrigado pelo link Laura, gosto muito de Le Fanu. Pelo trailer do vlog parece ser muito bom. Vou ver com mais tempo outro dia. Só para constar, já foram feitas diversas adaptações dessa obra, e assisti algumas entre os anos 1960 e 1970. Segue aqui um link com todas elas: http://www.imdb.com/name/nm0494257/
ReplyQue bom que você gostou :)
Replypor mais que eu tenha gostado,não achei legendado pra assistir :(
ReplyNo canal original do youtube tem legendado. Nos vídeos tem a opção de legenda, é só mudar a opção de inglês para português.
ReplyLink da playlist dos episódios:
https://www.youtube.com/watch?v=h4QzRfvkJZ4&list=PLbvYWjKFvS5rX2yv-k5AJ8oxPoZ9zHcpe