Crítica | In The Flesh - Primeira Temporada (Sem Spoilers)

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Zumbis fazem parte do imaginário das pessoas por gerações, desde A noite dos mortos-vivos até os episódios de The Walking Dead. Não fica difícil imaginar que você já tenha visto dezenas de versões do mesmo conto: zumbis começam a se levantar das suas covas ou um vírus transforma as pessoas em zumbis e eles saem por aí procurando por cérebros. Em algumas versões a humanidade eventualmente ganha e acha a cura, mas o que acontece depois disso? In the flesh traz uma resposta interessantíssima para essa pergunta.
Em uma noite os mortos simplesmente começaram a se levantar das suas covas e ir em busca de comida. Criaram-se grupos de resistência, os militares entraram na briga, cientistas tentaram achar uma cura... e finalmente conseguiram.

Encontrar uma cura, porém, implica também em classificar os “zumbis” como sofredores de uma doença – a PDS (Síndrome do parcialmente falecido) – e por isso eles não poderiam ser responsabilizados por suas ações durante seu estado não-tratado.
A cura não foi capaz de devolver aos sofredores da doença a aparência que eles tinham antes, então são dadas lentes de contato e maquiagem para que eles possam se misturar melhor entre as pessoas. Além disso, eles tem que continuar usando o remédio ou eles voltam ao seu estado “selvagem”.
O objetivo do governo é trazer essas pessoas de volta para a sociedade, contudo, essa não é uma tarefa muito fácil. Além de ter que trabalhar com a culpa que os sofredores sentem pelas mortes que causaram, ainda há o medo e o ódio entre os membros da sociedade que sofreram durante tanto tempo com os ataques. 
Kieran Walker, o protagonista da história, é um adolescente que está prestes a voltar para casa depois de receber o tratamento no instituto, mas ele está receoso quanto a isso. A transição para a sua vida normal já seria bem difícil se não contasse com o fato de que a cidade onde ele mora é totalmente contra os “podres” e foi o epicentro do movimento de resistência. Ele tem que se esconder dentro de casa para que não acabe assassinado.
Kieran é um personagem maravilhoso e intrigante. Ele era um adolescente que gostava de arte, amava a família e tinha uma ótima relação com a sua irmã mais nova, mas que por causa de um acontecimento devastador em sua vida, acabou se matando.
Isso proporciona uma dinâmica familiar interessante, já que os pais se tornam superprotetores, tentando protege-lo tanto dos outros membros da cidade, quanto – mesmo que inconscientemente – de si mesmo. Porém, embora o seu histórico possa sugerir isso, Kieran não mostra tendências autodestrutivas e está querendo fazer o melhor com a sua segunda chance.
Outra personagem maravilhosa é a Amy, que é sofredora de PDS e morreu de Leucemia antes de aproveitar de verdade a vida. Ela é otimista, divertida, extravagante e até um pouco excêntrica. Amy se torna amiga do Kieran e ao contrario dele não esconde sua natureza usando maquiagem e lentes de contato, o que não agrada nenhum pouco os outros habitantes da região.
Há outros personagens muito importantes para a trama, mas que prefiro manter em segredo para não soltar mais spoilers do que deveria. Depois eu faço uma postagem mostrando mais a fundo os meus pensamentos sobre a série, mas por hora vou parar por aqui.
A primeira temporada possui três episódios e cada um tem 90 minutos de duração e vale muito a pena assistir.