The storytellers: Short films sobre a Saga Crepúsculo
Em julho do ano passado o projeto The Storytellers: New Voices of the Twilight Saga consistiu em sete short films colocados no Facebook por Stephenie Meyer e pensados através da história de personagens secundários da Saga Crepúsculo. A ideia era dar visibilidade para as mulheres no mundo da filmografia, desse modo, os patrocinadores do projeto (Facebook, Tongal, Women in Film, Volvo Cars e Lionsgate) abriram inscrições para mulheres enviarem roteiros tendo como base as informações fornecidas no livro Crepúsculo: Guia Oficial ilustrado da série.
Sete roteiros foram escolhidos e
transformados em curtas que foram votados pela audiência até 29 de julho de
2015, e em 7 de agosto as vencedoras foram anunciadas: Kailey e Samantha Spear,
que dirigiram The Mary Alice Brandon File.
Tendo tudo isso em vista, resolvi
compartilhar com vocês os curtas e minha opinião sobre eles. De modo geral,
todos eles tem grande qualidade e cada um tem um toque e atmosfera especial. É
muito interessante a ideia de contar a história daqueles personagens
secundários cujo passado não foi explorado ainda, principalmente nos filmes.
– THE MARY
ALICE BRANDON FILES –
“Meu nome é Mary Alice Brandon, eu tenho 19 anos, eu
nasci em Bilox, Mississipi, eu tenho uma irmã mais nova...”
Esse
é o meu curta preferido do projeto e não é a toa que ele acabou sendo escolhido
como o vencedor. A história contada é a de Alice, no seu tempo no asilo
manicomial antes de ela ser transformada em vampira. Através da terapia de
eletrochoque nós somos apresentados, por meio de flashbacks – inicialmente
confusos – como era a vida dela antes de ser tachada como louca.
O
interessante nesse vídeo é a forma como a equipe consegue criar uma atmosfera
intensa e cheia de suspense, com transições geniais entre uma cena e outra,
além de uma trilha sonora que acerta o tom com destreza.
A
forma como a história é contada não deixa pontas soltas e ainda referencia o
que ainda está por vir, com o jardineiro na cena inicial.
– THE GROUNDSKEEPER–
Esse
é o short film que mais destoa em tom e estilo dos demais. A diretora
tem um estilo único e diferente. Da primeira vez que assisti não gostei muito,
achei um pouco dramático demais e as performances dos atores me pareceram um
pouco exageradas. Porém, esse foi só um estranhamento inicial. Consegui
apreciar the groundskeeper muito mais a segunda vista.
O
diálogo entre Alice e Kumboh em que eles discutem as visões dos diferentes
futuros que podem acontecer, me fez perceber o quão incrível ele é por ter decidido
pelo futuro em que Alice era feliz em detrimento da própria felicidade. Não há
muitas pessoas que seriam altruístas o bastante para fazer isso.
– WE’VE MET BEFORE –
Esse
também é um dos meus curtas preferidos. A atriz que escolheram para interpretar
Alice tem uma aparência e um jeito perfeito e o ator de Jasper não fica atrás.
A
história conta o encontro de Jasper com Alice em uma cafeteria e o início da
relação deles. Sou um pouco suspeita para falar sobre esse curta por dois
motivos: Primeiro, acompanho o trabalho de Yulin Kuang (tem até outro curta
dela aqui no blog). Segundo, Alice e Jasper são o meu casal preferido da saga
crepúsculo.
Contudo
– tentando deixar minha imparcialidade de lado – o curta é super fofo e tem um
toque retrô que é muito condizente com a época em que os acontecimentos estão
se desenrolando. Adorei como eles usaram a música como parte do curta ao invés
de apenas algo de fundo, o que deu um efeito muito interessante ao curta. Se
tivessem sido escolhidas outras músicas, talvez a atmosfera não fosse a mesma.
– MASQUE –
Esse
curta nos presenteia com uma espiada nos primeiros momentos da relação entre
Carlisle e Esme, enquanto ela ainda está tentando se acostumar com a sede de
sangue que o vampirismo faz com que ela tenha.
Eu
tinha me esquecido o quão trágico o passado dela era e o fato de que Carlisle a
encontrou após ela ter tentado se matar jogando-se de um penhasco.
De
certa forma a história da garota no baile – incompreendida e maltratada pelo
pai – espelha a história da própria Esme e é um passo para o autoconhecimento e
controle
dela, além de trabalhar como uma forma de ela liberar um pouco de seus demônios.
Assim
como The Mary Alice Files a cinematografia e atmosfera do
curta é visualmente impactante e a cena inicial de Esme tocando o violoncelo
enquanto o casal faz o piquenique é simplesmente impecável.
– TURNCOATS –
Esse
curta foi o que menos gostei. Não há nada de estritamente errado com ele, até
gosto um pouco dele, mas quando posto em comparação com os outros ele fica
faltando alguma coisa. Todos os outros curtas foram capazes de desenvolver um
pouco melhor os personagens – principalmente aqueles na qual a história está
centrada – mas turncoats deixou o desenvolvimento do seu personagem
principal a desejar.
Parece-me
um daqueles casos em que a ideia era boa mas que não conseguiu ser desenvolvida
do modo como deveria, o que é um pouco triste, já que Garret é um dos
personagens mais intrigantes dentre os visitantes em Amanhecer.
A
atuação e o ritmo da história do primeiro encontro entre Garret e Carlisle
foram ambas um pouco estranhos, sem contar com a adição pelos escritores de uma
irmã de Garret, que me pareceu um pouco difícil de entender, já que se ele
estivesse tão desesperado para que ela sobrevivesse poderia tê-la mordido e
salvado sua vida.
– CONSUMED –
Esse
curta conta a história de Jane e Alec antes de eles serem transformados em
vampiros e encontro deles com Aro enquanto ainda eram crianças.
Jane
é tida por todos da cidade como uma bruxa, fazendo com que sua mãe e irmão
compartilhem do estigma que faz com que eles sejam vistos e tratados de forma
inferior por todos os habitantes da vila.
A
cena em que Jane e Alec estão correndo na grama e vão crescendo enquanto
brincam foi uma ótima forma de demonstrar o envelhecimento dos dois ao longo
dos anos, além de lembrar um pouco o estilo dos filmes de crepúsculo.
Além
disso, a minha parte preferida do curta é quando acontece a transição de Jane
de humana para vampira. O modo como fizeram isso foi bem poético relacionando o
fogo da vila com os olhos dela.
– SUNRISE–
Conta
a história de amor entre Tia e Benjamin (o vampiro Avatar que aparece em
Amanhecer). É interessante saber que antes de controlar os outros elementos,
Benjamin era capaz, ainda em sua forma humana, de gerar e controlar o fogo.
Os
momentos entre Tia e Benjamin são fofos e apesar de a relação deles ser
explorada em apenas alguns poucos minutos, ela é bem desenvolvida e crível. A
cena entre eles dois ainda crianças me deu uma overdose de fofura.
Além
disso, os efeitos especiais são muito bons.