[Clube de Leitura] A Seleção - Kiera Cass
Essa é o primeiro post nesse segmento.
Já que o maior motivo por traz da criação desse blog foi ser capaz de expor
minha opinião sobre os livros que eu lia e não tinha com quem discutir, resolvi
criar um segmento em que isso fosse possível.
Decidi, portanto, que a maioria das minhas
resenhas seriam spoiler free e que ao Clube do Livro dedicaria meus pensamentos
mais aprofundados sobre o livro, seus personagens, cenas preferidas e qualquer
coisa em relação a ele que viesse a minha cabeça. Incentivo você, leitor, a
compartilhar sua opinião nos comentários e responderei a eles assim que
possível.
Alerta de Spoiler: Se não leu o livro
ainda, volte quando tiver lido. Também fiz uma resenha sem spoiler se quiser
dar uma olhada.
Minhas expectativas em relação a esse
livro não eram muito altas, mas uma amiga minha da faculdade insistiu muito
para que lesse essa trilogia e como já tinha dois dos livros em casa mofando na
prateleira (não literalmente) e esperando para ser lidos, resolvi fazer isso.
Quando li a
sinopse achei que a seleção seria televisionada 24 horas como os outros reality
shows geralmente são. Fiquei feliz por não ser, porque dá a oportunidade das
conversas particulares entre os personagens de um jeito que não seria possível
em frente às câmeras.
Personagens
Eu não gostei do Aspen desde o começo. Quaisquer que sejam
as qualidades redentoras e maravilhosas que fizeram com que America se
apaixonasse por ele, fugiram ao meu conhecimento.
Ele é muito orgulhoso e isso é um grande defeito aos meus
olhos. Posso até tentar ver as coisas através da perspectiva dele, mas o
escândalo que ele fez quando a America usou o dinheiro que ela ganhou para ter
um jantar romântico com ele, foi inaceitável. Além disso, os argumentos dele
para justificar sua ação são falhos:
- America, eu é que tenho que cuidar de
você. É humilhante vir aqui e ver que fez tudo isso para mim.
- Mas eu dou comida o tempo todo para
você
- O pouquinho que sobra. Você acha que
não sei a diferença? Não me sinto mal de comer algo que você não quer. Mas você
cuidando de mim...
A parte de ser humilhante é entendível, embora não concorde.
Alguns homens realmente tem a necessidade de se afirmar como o provedor da casa
e pelo visto Aspen é um deles. Porém, o outro argumento que ele usa, é desculpa
esfarrapada. Mais tarde no livro,
America deixa claro para o leitor que ela e a família já passaram fome e Aspen
sabe disso, então é muita ingenuidade ou muita cegueira da parte dele achar que
a comida que ele consume é só um resto e não vai fazer falta para a família da
America.
Outra coisa que me deixou com um pé atrás em relação a ele
foi o comentário da mãe dele sobre ele estar apaixonado e estar assoviando e
cantando ultimamente, embora já façam dois anos que os dois estão namorando.
Pode até ser que ele estivesse fazendo planos de se casar com ela, mas é muito
estranho ele ficar todo alegre de repente. Ainda estou desconfiada com a
desculpa que ele deu para estar com aquela menina no dia que a America estava
partindo.
Aspen não parece merecedor do amor dela. Convence a America
a participar de uma seleção da qual ela não quer fazer parte, termina com ela
por um motivo banal e depois aparece do nada no palácio e quer ela de volta. Poupe-me.
Maxon
O príncipe não foi bem do jeito que eu imaginava, foi bem
melhor. Esperava alguém metido, arrogante e sarcástico, que faz o que quer
quando quer sem se importar com as pessoas ao redor. Alguém parecido com Patch (da Série Hush,
Hush) e não com o Peeta (de Jogos Vorazes).
Maxon tem uma inocência e ingenuidade que são ambas raras e
cativantes. Ele tem zero experiência com as garotas e de repente é jogado as
leoas em rede nacional com a pressão de todo o país para que ele escolha aquela
com que vai compartilhar o resto da vida. E ele só tem 19 anos! Isso sim é que
é pressão. A qual ele está manejando muito bem, por sinal, dadas as
circunstancias.
É claro que ele acabou se apaixonando
pela primeira garota que ele viu e a única lá que não tinha interesse algum de
se apaixonar por ele. A garota que confessou para ele gostar de outro e estar
no palácio apenas pelo dinheiro mandado para a família e pela comida.
Além de tudo, ele é respeitoso. Ele
declarou os sentimentos para ela, mas não exigiu nada em troca a não ser uma
confirmação de havia uma possibilidade de um dia ela o amar de volta.
"Não sou burro o bastante para
crer que você esqueceu seu antigo namorado. Sei pelo que vocês passaram e que
as circunstancias aqui não exatamente normais. Sei que você acha que há moças
aqui mais adequadas para mim e para a vida no palácio. Não quero me apressar e
tentar ser feliz com qualquer uma. Eu só quero saber se é possível..."
America
E o prêmio de nome mais estranho vai para... America Singer.
Já não basta o nome dela ser em homenagem a um país, o sobrenome dela tem que
ser sem criatividade. Sobrenome Singer para uma cantora, que original. Mas,
nomes esquisitos são comuns em distopias, então já estou um pouco acostumada.
(cof Katniss cof)
Como narradora, pelo menos até aqui,
ela vem fazendo um bom trabalho em manter a leitura divertida e causando
empatia quando necessário. Eu, particularmente, tenho um problema em continuar
livros narrados em primeira pessoa quando não gosto do narrador e gosto dela o
bastante para continuar a leitura. Não caio de amores por ela, mas também não a
odeio.
Grande parte do motivo talvez seja porque não consigo
simpatizar com ela em relação ao relacionamento dela com Aspen, principalmente
depois que ele voltou para o castelo. Na minha opinião, ela deveria ter deixado
claro quem ele era no momento em que cruzou com ele, ao invés de mentir para o
Maxon e ficar se encontrando com o Aspen pelas costas dele, quando tudo o que o
príncipe mostrou para ela foi carinho e afeição.
Os
outros personagens não valem muito a pena mencionar individualmente. Da seleção
as únicas que se destacam mais são Marlee, por ser fofa, divertida e amiga da
America e a Celeste por ser o oposto.
Não gostei nenhum pouco da Celeste, mas isso era justamente
o que a autora queria com o personagem. Alguém manipulativa e perversa.
Gostaria de saber o que ela disse para a Anna que fez com que ela acabasse
sendo estapeada. Espero que isso seja revelado nos próximos livros.
Quanto à família dela a mãe da America de algum modo me
lembrou a Sra Bennet (Orgulho e Preconceito), acho que ela é minha imagem
mental para todas as mães que são desesperadas em casar as filhas com homens de
melhores condições. O pai dela, pareceu um cara tranquilo e na dele. Gente boa.
A May parece muito com a Marlee no quesito personalidade e o os outros irmãos
aparecem mais como plano de fundo ou são apenas citados, então não tenho muita
opinião sobre eles, apesar do Kota soar como alguém que eu não gostaria de ter
como amigo.
Triangulo Amoroso
Desde o começo ficou claro para mim que
eu não seria #TeamAspen em nenhuma circunstancia e depois de conhecer o Maxon
as minhas suspeitas foram reafirmadas. Acredito que America é justamente o tipo
de princesa que Illéa precisa: Alguém que se importa com o povo e que já sentiu
na pele as mesmas aflições que atingem as camadas mais pobres.
Cena Preferida
A aposta que os dois fizeram plantou um
sorriso no meu rosto. A cena transbordava fofura. Se eu já não tivesse me
apaixonado por Maxon antes disso, teria me acontecido de qualquer maneira.
Quais seus personagens
favoritos?
Qual a cena preferida?